quinta-feira, 30 de julho de 2009

Cresci.

Eu vivia em uma redoma, desconhecia a parte ruim, não sabia o que era tristeza. Até que chegou a hora de meu grande companheiro dar adeus, meu querido avô carlos, foi descansar num lugar perto de deus. Então uma tempestade se fez e alagou com todo meu jardim. Eu chorei e chorei, lembro o quanto foi foda me erguer novamente, mas eu fui mais forte, acabei superando, o meu corte virou cicatriz. Eu fui mais forte, acabei superando, não odeio essa fase, afinal cresci.
De repente abri os olhos e percebi que um dia a vida acaba independentemente dos planos, dos cuidados especiais. O tempo passa, a pele enruga e o que foi já não é e nem voltará a ser. A brisa me traz fotos cerebrais que eu tirei dos bons e maus momentos que vivi. Complicada matemática que resultou em mim, a vida me ensinou que é tão simples ser feliz, basta aceitar que ela é como é e que às vezes batemos o nosso nariz, eu chorei, lembro o quanto foi foda me erguer.Mas eu fui mais forte, acabei superando, o meu corte virou cicatriz. Eu fui mais forte, acabei superando, não odeio essa fase, pois pude ver e perceber que sou muito maior que necessidades ser, as lágrimas se secaram, correntes não me prendem mais, o sufoco é fugaz...
Cresci.

Rancore-Cresci

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Tarde demais...



Tudo aconteceu com um piscar de olhos. Dois minutos depois da discussão nós dois estávamos nos beijando, com mais força do que ao normal. Gotas de lágrimas misturavam-se no beijo, salgadas. Minhas mãos seguravam seu rosto, com um pouco de força e acariciando ao mesmo tempo. Ele segurava minha cintura e apertava-a, de vez em quando deslizava sua mão em minhas costas acariciando. Esse movimento me deixava arrepiada por inteiro, eu gostava disso, me sentia 'a desejada'.
Minutos depois, nossas bocas separavam-se, abri meus olhos, suas bochechas estavam coradas, mas não de vergonha, deve ter sido de tanto acariciá-lo ali, seu rosto branco, como a neve, suas bochechas se destacavam, junto com o nariz vermelho (fungando-o) e seus olhos, também vermelhos e cheios d’águas, por isso seu rosto estava encharcado. Ele vestia uma espécie de camisa xadrez vermelha e preta, com umas listras brancas, por baixo dela, uma camiseta branca com uma calça jeans preta, apertada no tornozelo e com um tênis qualquer, não reparei muito na marca, talvez era um Nike SB, o favorito dele. Seu cabelo não estava grande como costume, ele cortou, não muito, mas ficou lindo. Eu não sei como eu estava, não tinha um espelho na minha frente no momento, não tinha em lugar algum, aposto que eu estava um horror.
Depois do beijo, ficamos em pé, feito duas estatuas, um olhando para outro, eu não tinha nada a dizer... Na verdade, eu não sabia como dizer, acho que não era o momento de falar aquilo que eu pensava. De repente um sorriso brotou em seus lábios, formando aquelas covinhas que me deixa louca e mostrando seus dentes brancos, deixando escapar aquele hálito delicioso, talvez era de morango... Hum... Era de morango. Dali saiu uns barulhos, sua risada.
“Do que está rindo? Eu sei que estou feia, ok?” Fiz uma careta.
“Estou rindo de você mesmo. E não está feia, é incrível como você fica linda, maravilhosa quando não está arrumada, fazendo essa careta então, me deixa bobo...” Me puxou para os braços dele.
“Me desculpe por isso, eu não queria te magoar e muito menos deixá-la. Você acha que eu sou otário o bastante para deixar uma menina incrível?”. Sussurrou.
“Não, você não é otário, só que eu imaginei que...”.
“Que eu te deixaria assim, sem motivos? Te deixaria pra ficar com qualquer uma garota sabendo que eu a amo mais do que tudo nessa vida?”. Me interrompeu.
“Sim...”. Sussurrei, abaixei minha cabeça, fitando o chão, não queria ver seu rosto depois de minha resposta.
“Imaginou errado”. Agora sua voz estava fria, como um gelo cortando minha garganta, me deixando sem fala.
Fiquei alguns minutos fitando o chão, ele continuará me olhando, esperando por alguma resposta, até que o gelo derreteu e passou pela minha garganta como uma corrente de água. Respirei fundo e voltei a olhá-lo.
“Eu sei disso, me desculpe. Mas o que você quer que eu pense? Você discutiu comigo por nada e de repente sai pela aquela porta sem dar satisfações, esquecendo totalmente de alguém que estava para dar a vida à procura de ti. Não apareceu durante duas semanas, O QUE VOCÊ QUER QUE EU PENSE? Que você foi comprar cigarro e nunca mais voltou? John, você me deixou sem motivos, sem dar pelo menos uma explicação e sem me dizer aonde iria. Única coisa que passou pela minha cabeça foi que não me amasse mais e que sentiu medo em me dizer, e que estava feliz... com outra garota...”.
“Me desculpe Sarah, me desculpe por isso. Mas eu estava nervoso, com a cabeça quente, eu sei que isso não é motivo para deixá-la por duas semanas. Mas eu queria ficar sozinho, colocar minha cabeça no lugar, principalmente meus sentimentos, relacionado a você. Eu não queria e não quero ser um namorado péssimo pra você, pois você merece muito mais do que isso. Sarah, você é uma garota maravilhosa que tenho sorte de tê-la em meus braços. E durante essas duas semanas que fiquei sem você, eu cheguei a uma conclusão...”.
“Que conclusão?” Eu fitava-o.
“Que a amo muito e que não sou capaz de deixá-la, de magoá-la e muito menos magoar a mim mesmo. Sarah, eu amo você como nunca amei ninguém.”
Quando ele acabará de dizer, alguém bateu em minha porta, alguém que eu não queria que aparecesse agora.
“Sarah? Está aí? Abre a porta, eu esqueci a chave em cima do balcão”.
“Já vou”. Única coisa que passava na minha cabeça era ‘o que eu vou dizer ou fazer agora?’
“Espera um pouco Sarah, quem é? Me diz que não é um homem”. Ele me olhava com um olhar confuso.
“É um homem...” Sai daquele lugar e fui em direção ao balcão pegar a chave que aquela pessoa estava pedindo.
“Quem está aí, amor?” Dessa vez, a voz gritou contra a porta.
“Sarah, me explica, eu... eu to confuso. Quem é esse que está na porta? Eu só fiquei duas semanas fora e de repente você aparece...”.
“Não foram apenas duas semanas!”.
“Mas foi o suficiente pra você me esquecer?”.
Eu não sabia o que dizer, eu não sabia o que fazer. Fiquei parada em frente do balcão, fitando o chão e eu não consegui controlar minhas lágrimas, desabei.
“É melhor eu ir embora” Ele foi direto pra porta.
“Não! John, eu posso explicar. Eu... e-u... eu amo você mais que ele, eu juro, por favor, não saia dessa porta antes de eu fazer uma coisa...”.
“O que? Me matar? Dizer pra ele que não tinha ninguém aqui?” Ele parou em frente à porta.
“Não, é isso...” Aproximei dele e o beijei.
Eu queria sentir pela última vez o gosto do seu beijo, o gosto da sua boca. Eu tentava colar meu corpo no dele, sem sucesso. Então tentei colocar minha mão em sua nuca, ele afastou sua boca da minha.
“Eu... eu te amo, John, eu te amo muito...”. Sussurrei contra sua boca.
“Tarde demais”. Ele pegou a chave da minha mão e abriu a porta.
“Sarah quem é esse? Por que você ta chorando meu anjo? O que ele te fez?” Peter veio em minha direção e me abraçou.
“Nada, fui eu que fiz... Tarde demais...” Eu gaguejava e sentia minhas lágrimas escorrer pelo meu rosto e parar na minha boca.
Ele se fora, única coisa que vi foi ele jogando a chave no chão e seu rosto encharcado, suas bochechas coradas... E seu coração despedaçado.